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sábado, 23 de março de 2013

Crítica: Tex 498/499 - Além do Rio

(**CUIDADO: este texto contém spoiler. Se você pretende ler essa edição, não leia a crítica**)


| Elementos presentes na aventura | Ação constante | | Retorno fraco de Cão Amarelo | Ortiz |

 Lançado no Brasil pela Mythos Editora em abril/maio de 2011 nos números 498/499 (na Itália nos n° 596/597), Além do Rio é uma história escrita por Nizzi e desenhada por José Ortiz.

 O feiticeiro Ukasi convence Cão Amarelo, outrora chefe dos Utes, a reconquistar o comando da tribo e a atacar os Navajos, com o objetivo de apoderar-se das suas jazidas de ouro. Os quatro pards não têm intenção de assistir inertes ao saque e respondem ao ataque de Cão Amarelo e seus homens. Mas os Utes estão mais aguerridos que nunca e até mesmo Tex é surpreendido pela sua fúria! (sinopse retirada do site www.texbr.com)

 Luz, lápis... ação!

(Imagem: Texwillerblog.com)
 Os elementos presentes em Além do Rio são aqueles que todo texiano gosta de ver nas páginas do ranger mais temido do oeste: ação, emoção, suspense, mistério e reviravoltas. Tais elementos, tomam conta desta edição.

 Seja pelos personagens ou pelos acontecimentos no desenrolar da aventura, temos aqui uma história movimentada e imprevisível. Nizzi, embora tenha pecado na atuação de Cão Amarelo, sempre inovando e nos surpreendendo com roteiros únicos e originais. Com índios, pradarias e reservas, temos uma aventura que retrata bem o western e que daria um belo filme estrelado por Águia da Noite.

 Faroeste puro


(Imagem: texwillerblog.com)
 Como foi dito acima, Nizzi soube juntar elementos tradicionais do velho oeste e transferir com maestria para as páginas de Tex. E como não poderia faltar, ação é o que não falta nesta edição. Além do Rio é uma aventura que contém bastante ação, mas de uma forma sem exageros e sem se tornar cansativa.

 Os constantes confrontos entre Navajos e Utes dão à aventura um charme a mais, fazendo um leitor mais veterano sentir o gosto de nostalgia ao se lembrar daqueles filmes de western com aqueles índios corajosos enfrentando o homem branco.

 O roteirista consegue inserir a ação constante sem que a mesma atrapalhe o desenvolvimento e a evolução da aventura. E assim, torna a leitura agradável e descontraída.

 Amarelou

 Como explicado na sinopse no inicio do texto, o espirito da trama de Além do Rio é a tão desejada vingança de Cão Amarelo contra Tex. Mas se o leitor espera um retorno grandioso do antigo chefe dos Utes, se decepcionará. Aqui, a atuação de Cão Amarelo é daquelas que deve ser esquecida pelo leitor, de tão fraca que foi.

(Imagem: texwillerblog.com)

 O retorno de Cão Amarelo tinha quase como obrigação de ser algo grandioso, marcante. Do jeito como a história/aventura vinha se desenvolvendo e gerando aquela expectativa para o grande duelo decisivo entre Cão Amarelo e Águia da Noite, teve que engolir um desfecho fraco e sem graça. E assim, quem acabou "roubando a cena" no final foi o ilusionista Ukasi, que teve seus truques desmascarados.

 Lamentável

(Imagem: texwillerblog.com)
 É com enorme lamentação e tristeza que o blog Criticas Texianas coloca o grandioso e magistral José Ortiz como ponto negativo na crítica. O excelente desenhista, de talento indiscutível, deixa nesta edição um trabalho que com certeza não é de seu padrão de qualidade.

 Borrões, rabisco, personagens e cenas difíceis de serem interpretadas/reconhecidas são maioria nesta edição. Ortiz dá sinais aqui de que logo logo irá tirar seu time de campo. O desenhista, com todo o respeito, já tem uma idade avançada e talvez esta seja a causa das más ilustrações de Além do Rio. Com certeza, este é um trabalho esquecível de José Ortiz.



Conclusão:

 Além do Rio é uma boa história. Emoção, surpresas, reviravoltas e principalmente ação é o que não falta nesta edição. Embora fique devendo na sua principal proposta (a desforra de Cão Amarelo), a aventura cumpre sua principal função: divertir o leitor.

 O blog recomenda a aventura, a menos que você seja um daqueles leitores que dá importância aos desenhos. Se este for o seu caso, fique longe da edição, pois como explicado na crítica, Ortiz deixou um pouco à desejar nos desenhos.

Nota: 7,0

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