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sábado, 22 de dezembro de 2012

Crítica: Tex Férias 9 - Caçador de Homens

(**CUIDADO: este texto contém spoiler. Se você pretende ler essa edição, não leia a crítica**)



| História bem construída | História bem explicada | | Cenas estranhas | Final injusto |

 Lançado no Brasil em junho de 2010, Tex Férias 9 - Caçador de Homens, traz uma história interessante e dramática. 

 Após presenciar a morte de dois desertores, Tex e Jack Tigre ficam sabendo do dono da taberna de Will Torrence, sargento que, junto de outros soldados, desertaram do forte Craig, e que agora são caçados por homens liderados por Mickey Finn, um mestiço que não tem escrúpulos. Mesmo contra a lei, Tex e Jack Tigre decidem ajudar o sargento Will Torrence e os seus a irem pro méxico.

 Razões e emoções

 O roteiro de "Caçador de Homens", além de ser interessante, tem como tema um fato que realmente acontecia na época do velho oeste americano. Mauro Boselli nos conta, em meio a ficção, como eram as deserções de soldados naquele tempo e como elas eram vistas pelos chefões do estado. Esta aventura, dá uma "aula" desse assunto.

 Mas aqui o destaque mesmo é a trama. A história não se resume apenas em homens caçando desertores, há muita coisa a mais em jogo. Nesta edição, Boselli mais uma vez explora o lado humano dos personagens e em cima disso, com a arte excepcional do saudoso Carlo Rafaelle Marcello, constrói um enredo rico e interessante.

 Nesta aventura, os bons são maus e os maus são bons. Mesmo "do lado da lei", Mickey Finn e o major Craig, são homens inescrupulosos que usam seus recursos (a lei) para alcançar seus propósitos pessoais. Já Torrence, mesmo sendo um desertor ainda é uma pessoa respeitada e admirada por todos. O lado humano de cada um é mostrado de uma forma impressionante, e há quem ainda terá pena de Finn, por mais ruim que ele seja.

 Pra ninguém ter dúvidas

 Continuando o assunto acima, o roteiro nos conta a história de vários homens, e nos dá uma visão clara do modo de pensar de cada um. Seja em flashbacks ou em cenas de agora, a trajetória do sargento Will Torrence, do comanche mestiço Mickey Finn e do major Craig, são explicadas de forma clara e coerente.


 Boselli enriquece ainda mais o enredo desta edição fornecendo detalhes da vida desses três homens. Os flashbacks que contam o passado deles ocorrem em determinados momentos, hora quando Tex e Jack Tigre acampam e o ultimo pergunta se o ranger conhece bem Mickey Finn, hora quando estes salvam um companheiro de Torrence que estava sendo torturado e enquanto o ex-refém se recupera, conta o passado de Will Torrence e Craig e porquê desertaram.

 São pequenos detalhes que ligam os pontos e dão à trama mais humanidade. Vingança, liberdade e ódio são os sentimentos presentes na aventura. Sentimentos esses que cada deles (Torrence, Craig e Finn) carregam dentro de si.

 "Falha nossa"

 Um pequeno detalhe que pode ter passado despercebido pelo leitor, mas que deixa una sensação estranha, são duas cenas mal programadas, uma pelo desenhista, e outra pelo roteiro. A primeira, é quando Tex e Jack Tigre passam carvão no corpo para poderem se camuflar para surpreender as sentinelas de vigia. O "erro" acontece quando nossos heróis nadam para o outro lado e a água não tira o carvão do corpo deles.

 Outro deslize, dessa vez do roteiro, é quando "do nada" Tex e Tigre conseguem um disfarce e infiltram-se do grupo de Mickey Finn. O ultimo contato dos pards com Mickey Finn e seus homens antes da infiltração é no momento da fuga de Torrence e os seus. Naquela ocasião, era impossível Tex e Jack Tigre pegarem as roupas dos homens de Finn para se passar por eles. É claro que a intenção era fazer uma surpresa pro leitor, mas ficou um pouco sem nexo.

À esquerda, Tex revela como entrou no bando, e à direita, Tex e Tigre nadam  e o carvão continua

 Ele não merecia isso

 O único ponto da história em que "Caçador de homens" desagrada, é no fim. Depois de tanta luta, humilhação e sofrimento que Will Torrence passou, a morte dele foi uma tremenda injustiça, e podemos dizer que quase tudo foi em vão e que o mau venceu. Mesmo depois de ter sido expulso do exército, o cruel major Craig conseguiu realizar sua vingança tirando a vida do bravo Torrence.


 Além de injusta, a morte de Torrence foi sem graça. Teria sido muito mais interessante e emocionante, se o sargento tivesse morrido salvando sua esposa ou até mesmo salvando Tex. No desfecho da aventura, Boselli pecou em escolher o final mais desapropriado para o que ele mesmo criou.

Conclusão:

 Caçador de Homens é uma história que vale a pena ser lida por todos os texianos. Com uma trama bem montada e um enredo rico, esta edição merece destaque na galeria de histórias do ranger. Seja pelos belos traços de Marcello ou pelo eficiente roteiro de Boselli, o leitor terá pela frente uma leitura agradável, emocionante e sobretudo ficará por dentro de um fato real do velho oste americano: a deserção. Ação, emoção, aflição e surpresas estão presentes aqui.

 Nota para a edição: 8,5

2 comentários:

  1. Uma excelente crítica pard, deu até vontade de ler a história!!
    Espero que está seja advinda da série normal, desta forma poderei ler um dia no Tex em Cores (TEC).
    Que venham as próximas críticas, e siga adiante, trazendo boas postagens como esta!!
    Abraços e bom final de ano e Feliz 2013!

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